quarta-feira, 1 de julho de 2020

Antifrágil de Nassim Nicholas Taleb

Antifrágil: Coisas que se beneficiam com o caos | Taleb
Você tem que usar o caos e não fugir dele! O antifrágil é algo/alguém que cresce e prospera quando é exposto à volatilidade, ao acaso, à desordem, ao conflito e aos agentes estressores. Ele é um apreciador, um verdadeiro amante da aventura, do risco e da incerteza. Esta é a ideia desenvolvida e elegantemente apresenta por Nassim Nicholas Taleb em seu livro.
O ponto alto do antifrágil, na minha humilde opinião, é o Livro II: A modernidade e a negação da antifragilidade. Nele apresenta-se a competição do homem com a natureza, o desejo de volatilidade de alguns sistemas antifrágeis, e, a melhor parte, como podemos tornar os sistemas sociais, políticos e outros... vulneráveis aos Cisnes Negros (procure o livro homônimo do mesmo autor se você não sabe o que é um cisne negro) quando os engessamos em demasia. É muito importante aprender as situações e os elementos envolvidos na fragilização dos sistemas para, então, evitá-los!
Taleb também observa que oportunistas estão se ocupando de prever os cisnes negros com modelos complicados, oriundos das teorias do caos, da complexidade, da catástrofe e da geometria fractal. Conheço algumas das teorias e, infelizmente, elas não podem criar modelos que possam prever um cisne negro, já que, pela própria definição do termo, é simplesmente imprevisível. Além, deve-se concordar com o professor Taleb quando ele afirma: menos é mais; voltemos para a (anti)fragilidade. A partir daí, os cisnes negros deixam de ser um problema tão grande. Afinal, é possível tornar as vantagens e desvantagens cada vez mais, positivamente, assimétricas, ou seja, aumentar as vantagens e diminuir as desvantagens é a forma mais pura de antifragilidade.
O ponto baixo do livro está nos comentários elaborados contra a Summa Theologiae de São Tomás de Aquino. O escolástico medieval nos ensinou que "agen autem non movet nisi ex intentione finis", ou seja, "tudo que se move quer alcançar um objetivo". Para o professor Taleb esta é "a instância na qual reside o erro humano mais difundido agravado por dois ou mais séculos da ilusão do entendimento científico incondicional. Esse erro é o mais fragilizador." que pode ser rebatido pelos argumentos apresentados por Edward Feser no seu livro, A última superstição.
Feser argumenta que apesar das evidências das causas finais, os pensadores modernos as negam! Feser continua e nos informa que para Aristóteles existem quatro causas: I. causa material - substrato da coisa; II. causa formal - forma, estrutura ou molde da matéria; III. causa eficiente - o que atualiza uma potencialidade da coisa; e IV. causa final - fim objetivo ou propósito de uma coisa. Este pensamento moderno - a negação das causas finais - é, para o professor Feser, o principal responsável por todo tipo de paradoxo e incoerência observáveis atualmente. É importantíssimo termos em mente o seguinte, tanto Aristóteles quanto seus sucessores, os escolásticos, incluindo São Tomás, utilizavam um tipo de argumento racional diferente do científico (aqui entende-se a ciência empírica moderna), um tipo mais amplo que incluía a metafísica.
Apesar de passar longe de concordar que a responsabilidade do "entendimento científico incondicional" seja do São Tomás de Aquino, concordo que esta ilusão existe, principalmente nos cérebros altamente dependentes de domínio. Gostei muito do antifrágil e, por isto, continuarei a ler o que o professor Taleb escreve, mesmo quando Incerto.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

O Método Pedagógico dos Jesuítas: o "Ratio Studiorum" (Pe. Leonel Franca S.J.)

O Ratio Studiorum | Pe. Leonel Franca S.J.
No livro O método pedagógico dos Jesuítas: O Ratio Studiorum, o padre Leonel França narra a história de um poderoso método pedagógico que formou várias gerações por quase dois séculos. Além da história do Ratio, o livro também mostra o Ratio, detalhando os seus processos e etapas.
Quando o Santo Inácio de Loyola faleceu, existiam 33 colégios em atividade e 6 formalmente aceitos pela Ordem dos Jesuítas. Os 39 centros de ensino estavam espalhados por 6 países: Áustria, Espanha, França, Itália, Portugal e Romênia. Todos usavam as instruções pedagógicas da Ordem. Nas palavras de Bacon: "No que concerne à pedagogia basta uma palavra: consulta a escola dos jesuítas; não encontrarás melhor".
Devido à enorme quantidade de interferência humana (mais ou menos profunda) e regionalismo, era necessário que o ensino jesuíta fosse inspecionado. Este serviço cabia aos Comissários Gerais manter o alto nível de qualidade e excelência da Ordem.
Para atender à esta necessidade, a Ordem seguia uma código de ensino. Este código assegurava dois aspectos importantes da orientação da atividade educativa: a semelhança e a unidade. Os centros de ensino adotavam um plano de estudos e de ensino, uniforme e sistemático, que traria benefício à Igreja e à Companhia. Estas instruções foram compiladas no Ratio Studiorum. Faremos uma breve história dele a seguir.
Em 1586 o Ratio foi enviado a todos os Provinciais que levaram muito à sério as recomendações. Até então o Ratio era uma coleção que reunia quarenta anos de experiência pedagógica. Esta edição não era de caráter definitivo, nem obrigatória. Não devia ser prontamente adotada, mas seria alvo de críticas baseadas em análises das autoridades mais qualificadas de diferentes regiões europeias. O Ratio de 1586 tinha:
  • Formal Geral: mais discursiva do que imperativa; e
  • Trabalhos Críticos: Judicia e Observationes indicavam os defeitos graves: a imprecisão e prolixidade da fórmula examinada.
Já no Ratio de 1591:
  • Mudanças estruturais radicais;
  • Discussões e dissertações pedagógicas que justificavam os preceitos foram eliminadas;
  • O sistema de estudo tinha uma variedade de regras relativas aos professores, alunos e administradores;
  • Deixou de ser um anteprojeto a ser analisado e foi convertido em um código de leis a ser colocado, de forma imediata, em prática, ainda que não em caráter definitivo; e
  • Deveria ser adotado pelos Provinciais nos três anos a seguir e os resultados obtidos deveriam ser informados à Roma.
 Enquanto que no Ratio de 1599:
  • A prolixidade ainda era alvo de várias críticas;
  • Regras numerosas e repetitivas nos vários ofícios semelhantes; e
  • Esforço realizado:
      1. Eliminaram as regras repetidas;
      2. Agruparam as regas comuns;
      3. Redação concisa de outras regras;
      4. Redução de 400 para 208 páginas;
      5. Redução de 837 para 467 regras; e
      6. Deixou de ser a comunicação de um projeto e virou uma lei.
E o Ratio de 1832:
  • O código de estudo ainda era uma lei da Companhia, até a supressão da Ordem em 1773. Quando extinta a Ordem mantinha 546 colégios e seminários na Europa e 123 colégios e 48 seminários nas províncias missionárias, totalizando 865 centros de ensino.
  • Pio VII restaurou a Ordem em 1814;
  • Em 1824, Leão X declara que "a causa principal do seu restabelecimento era a formação intelectual e moral da juventude";
  • Com um ambiente modificado, era imprescindível uma revisão do Ratio;
  • A 20ª Congregação ficou encarregada do trabalho de revisão;
  • Em 1829 a Congregação Geral alertou sobre a urgência de uma revisão imediata;
  • O novo Pe. Geral, João Roothan, ficou responsável por uma adaptação do Ratio;
  • Em julho de 1832, foi enviado à Ordem a revisão do Ratio;
  • A orientação administrativa, metodológica e disciplinar foi mantida;
  • As mudanças limitavam-se a estrutura curricular;
  • Em 1941, um Ratio de estudos superiores foi enviado a toda Companhia de Jesus; e
  • A variedade de currículos secundários gerou uma quantidade imensa e quase inseparáveis de problemas nos diferentes países onde a Ordem atuava. Dificuldades que tendiam a ser solucionadas com um plano universal como o Ratio de 1599.

 

Fontes do Ratio 

As principais correntes pedagógicas escolhidas e assimiladas para a elaboração do Ratio foram:
  • Universidade de Paris:
Em 1534, na Colina de Montmartre, Inácio e seus companheiros disponibilizaram, a partir do modus pariensis, os fundamentos do que seria a Companhia de Jesus.
  • Influência dos Antigos
O plano de ensino jesuíta usava como fonte de beleza humana e imortal a influência Clássica, Romana e Grega.
  • Idade Média
Da tradição da Idade Média foi conservada a primazia. Descartes inaugurou o esforço intelectual da época com conquistas sadias e duradouras do que é conhecido como o humanismo cristão da Renascença.
  • Experiência
O Ratio é oriundo de várias experiências comuns amplas, tanto no tempo quanto no espaço, que lhe garante uma grandeza majestosa, talvez única em toda história da pedagogia.

 

 Metodologia

É a parte que foi mais trabalhada e desenvolvida do Ratio. Ela, essencialmente, envolve:
  • Processos didáticos para a transmissão de conhecimento;
  • Estímulos pedagógicos para garantir o êxito do esforço educativo;
Unificava o sistema de ensino e tradição pedagógica da Ordem, mas não A enrijecia. Ao mestre se oferecia:
    1. Altos poderes de iniciativa;
    2. Emprego dos métodos indicados; e
    3. Invenção de novos métodos.
A metodologia busca equilibrar Tradição e com Progresso; e Norma com Liberdade (Fig. 1).

Fig 1: Representação do equilíbrio metodológico do Ratio.











Preleção

 É o centro gravitacional do sistema didático do Ratio.

Prelectio*:
  1. lição antecipada
  2. Explicação do que o aluno devia estudar
Obs: Métodos e Aplicações variavam de acordo com o nível intelectual dos estudantes

* visava desenvolver e ativar o espírito. Por meio do exercício da memória, mas principalmente: Imaginação, Juízo e Razão.

Para aumentar a compreensão subministravam-se os conhecimentos das realia indispensáveis (no Ratio chama-se erudito - conhecimentos positivos - introduzir o aluno numa compreensão perfeita do autor).
Erudito tinha obrigatoriamente que ser capaz de elucidar o sentido do trecho analisado e para isto deveria ter os seguintes conhecimentos:
  1. Noções de História;
  2. Geografia;
  3. Milogia;
  4. Etnologia;
  5. Arqueologia; e
  6. Instituições da Antiguidade Grego-Romana.
O fim da preleção não era teórico, mas artístico; com o objetivo de desenvolver a arte da expressão.

 

Alunos

O método era essencialmente ativo, ele solicitava a colaboração contínua entre aluno e mestre.  

Terminada a tarefa da explicação, começa a da composição.

Na base de estudos o aluno deveria:
  1. Repetir os processos fundamentais percorridos pelo autor e analisados na preleção;
  2. Focaliza e Ordena ideias;
  3. Escolhe e Articula palavras, frases, períodos; e
  4. Apresenta os argumentos, numa tentativa de contrapor com o modelo entrevisto.
Obs: O Ratio recomendava com insistência o exercício cotidiano da memória, sem descambar no erro da memorização. Memoriza de forma viciosa quem substitui a memória à atividade da inteligência e da razão.
Os castigos físicos eram moderados para a época, antes apelavam para os sentimentos mais nobres da honra e dignidade.

 

Emulação

Era a ação de tentar se igualar ou superar alguém. Umas das forças psicológicas mais ativa e eficiente do sistema. Os alunos eram organizados em dois campos: Romanos e Cartagineses. Cada grupo com o seu estandarte, diferentes graus de hierarquia militar, um nível para cada aluno.
A emulação não deve ser empregada sem critérios, os contrapesos de uma educação moral sólida devem fazer parte do processo. A emulação foi e sempre será um dos estímulos mais ativos ao aperfeiçoamento e progresso humano.














Teatro: Jesuítas pioneiros em dar importância pedagógica ao teatro (Schimberg).
  •  Segundo Francis Bacon no Novum Organum, as declamações teatrais eram usadas para:
  1. Fortalecer a memória;
  2. Educar a voz;
  3. Apurar a dicção;
  4. Aprimorar os gestos e as atitudes;
  5. Inspirar a confiança e o domínio de si; e
  6. Habituar os jovens a enfrentar o olhar das assembleias.
  • Além da atividade recreativa, os padres visavam à:
  1. Formação cívica;
  2. Moral; e
  3. Religiosa da juventude.
Os assuntos das peças teatrais eram, muitas vezes, tirados da Escritura.
Religião: A concentração didática firma-se no ensino da doutrina cristão: vida religiosa, sincera e profunda. A realização plena de uma pessoa se resume a sua SUPREMA RAZÃO DE SER. A vida escolar do colégio conduzia para um fim: a educação integral do aluno.

 

O valor permanente do Ratio

Sempre serão desejadas e inapreesáveis vantagens no desempenho de sua missão humana ante as exigências do futuro:
  • Uma inteligência bem equilibrada;
  • Um senso crítico apurado;
  • A faculdade de raciocinar com acerto; e
  • Exprimir com clareza as próprias ideias.
Contribuíram para a elaboração do Ratio:
  • A Sabedoria Antiga;
  • O Cristianismo com as suas verdades profundamente iluminadoras da natureza humana;
  • A Idade Média com a riqueza de suas experiências filosóficas; e
  • O Renascimento com todas as suas preocupações de elegância e arte.
O Ratio foi forjado a partir da experiência de ensino de mais de meio século de centenas de colégios por toda a Europa. O sucesso desta primeira prova sem interrupções por quase dois séculos de aplicação de aplicação sincera dos mesmos princípios.

Ideal

Guiar o homem na busca pelo conhecimento e assim salvar o homem e glorificar a Deus. A grandeza e a universidade deste fim supremo dominará e orientará necessariamente toda e qualquer atividade educativa digna do homem.
Um ideal que se identifica com a própria finalidade do homem confere a um sistema educativo:
  1. A solidez da verdade;
  2. Um princípio unificador;
  3. Uma hierarquia de valores;
  4. Uma convergência de esforços;
  5. Uma riqueza de estímulos; e
  6. Uma eficiência de ação sobre as profundezas da consciência.
Estas são indispensáveis e insubstituíveis, lhe asseguravam um resultado definitivo.

 

Formação humanista

  • A gramática visa a expressão clara e correta;
  • As humanidades visam a expressão bela e elegante; e
  •  A retórica, a expressão enérgica e convincente.
O conhecimento profundo do conhecimento dos gênios antigos oferecia ao estudante de línguas clássicas a oportunidade de formar o homem, de transmitir um ideal de humanismo.
Só pela palavra pode o autor atingir o espírito do aluno; só pela palavra pode educar manifestar o próprio espírito. A linguagem é a expressão/manifestação do espírito, e, portanto, a medida do seu desenvolvimento. A linguagem é o instrumento natural para a formação humana, pois; por meio da expressão do espírito pode-se exercitar a atividade interior do estudante e orientar-lhe o progresso. Detalhes da atividade interior:
  1. Exprime;
  2. Imagina;
  3. Pensa;
  4. Julga;
  5. Raciocina; e
  6. Concatena ideias.
Há modo e modo de ensinar uma língua clássica. Classificamos em:
  • Modo científico: Ensino universitário; e
  • Modo artístico: Curso humanista (formação secundária).
A ciência é analítica e de cunho impessoal!
A arte é sintética; orgânica; e vital, e de cunho pessoal!
O homem de ciências estuda os autores para melhor conhecer a antiguidade; o homem de arte estuda antiguidade para melhor interpretar e conhecer os autores.

Ciência: teórica; visa conhecer, arquivar fatos, inferir leis.
Arte: prática; aspira a realizar, produzir, criar beleza.

Ensino de finalidade científica:
  • Inicialmente apela para o uso da memória; e
  • Fase superior, aguça o raciocínio e análise.
Ensino com objetivo artístico:
  • Interessa ao homem todo; e
  • Mobiliza-lhe todas as virtudes criadoras.
O Ratio foca em ensinar a servi-se da imaginação, da inteligência e da razão para todos os mistérios da vida, ou seja, aquisições humanas de valores eternos.

 

Pedagogia ativa

A aula organizava-se como uma pequena sociedade, onde cada aluno tem sua função a desempenhar. A classe era dividida em dois grupos com hierarquias vivas, bem formadas e sujeitas às modificações impostas pelo merecimento pessoal. Os exercícios eram múltiplos, variados, interessantes e deviam enquadrar e dar vida à lição.
Aulas transformadas em ambiente:
  1. Vivo;
  2. Organizados; e
  3. Agradável.
Características que facilitavam o apelo do mestre para o jovem participar da atividade.

A arte é um hábito, e, como todo hábito, adquiri-se pela repetição dos atos.
St Ignatius of Loyola | Peter Paul Rubens
Preleção voltada para a prática.
Imitar não é, apenas, copiar de forma servil a outro. Imitar é exprimir as próprias ideias e as próprias experiências rivalizando na arte da expressão com a obra-prima modelo.

Pedagogia inaciana:
  1. Princípios: Educação humanista & Educação ativa;
  2. Obrigação: Desenvolver os talentos naturais; e
  3. Perfeição: Moldar e Desenvolver o espírito.

 

Professor

 "Tudo depende do professor" Pe. João Bonifácio

A formação do mestre deve ser inteira [todos os aspectos da perfeição humana] e completa [conceito justo e integral da missão educadora]. Formação moral é a primeira preocupação da Companhia de Jesus:
  • Antes de formar a alma [a razão sobrepõe os caprichos] dos outros, o mestre passa dois anos formando a própria alma:
    • Adquiri conhecimento próprio;
    • Governar as paixões; e
    • Dominar as tendências impulsivas.
  • Hábitos vivos [virtudes cristãs]:
    • Caridade;
    • Paciência;
    • Renúncia de si mesmo; e
    • Piedade sólida.
Dois outros anos de estudos das letras clássicas: Latim, Grego e Hebreu.
Formação filosófica de três anos! (Após as Provinciais reclamarem do envio prematuro ao termino do curso de letras). A formação filosófica:
  • Dá uma visão orgânica da vida;
  • Amadurece o espírito; e
  • Experiência devida.

 

Ensino superior

Quatro anos de filosofia. Um biênio na disciplina do seu ensino universitário.

Antes de irem lecionar nos colégios, os futuros mestres devem ser confiados a um homem profundamente versado na experiência do ensino (docendi peritissimus). Os seminários pedagógicos visavam conservar a razão dos professores.

 

Iniciado o magistério

O jovem era beneficiado pela organização administrativa do colégio. Tradições pedagógicas que levavam valiosas experiências acumuladas, poupavam erros e desvios de principiantes abandonados à insegurança das próprias iniciativas.

OBS: Manter, sempre, o bom espírito, o entusiasmo e a alacridade!

 

Um grande ideal

Acima e além da formação literárias, cultura filosóficas e iniciação pedagógica está a transfiguração do ensino em apostulado!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

A Arte de Ensinar (Gilbert Highet)

A Arte de Ensinar | Gilbert Highet
No Livro A Arte de Ensinar, o professor Gilbert Highet mostrou alguns métodos de como devemos ensinar. É interessante notar que ele não teve a menor preocupação em apontar o que deve ser ensinado, devido ao enorme acervo de livros que nos mostram a mais variada quantidade de assuntos e técnicas que já existe na literatura. Antes de listar os métodos de ensino, ele aponta no capítulo 1 algumas características que todo bom professor deve ter.
Highet acredita que o professor deve conhecer bem a matéria que ensina e sugere que o bom professor deve ter informações sobre:
  • Os ramos das disciplinas;
  • As importantes descobertas dos últimos anos;
  • Principais problemas em aberto;
  • Como têm vivido os profissionais que atuam na área;
Em com a seguinte máxima ele destaca que "ensinar é inseparável de aprender", já que o professor deve se manter atualizado da melhor maneira que as suas condições permitam. Assim, o professor será capaz de notar que os problemas mais sérios das áreas em que atua são importantes para o ensino dos seus fundamentos; com isso, ele conseguirá ampliar o horizante imaginário de seus alunos. Pois, é bem verdade que os espíritos, de mestres e alunos, poderão se apefeiçoar ao infinito!
Para o professor Highet, dentre as características que compõem bons professores estão, principlamente, mas não somente:
  • A crença que a sua matéria está para o aluno, assim como a saúde está para o paciente na visão do médico;
  • O professor deve gostar do que ensina pois, os outros conhecimentos que orbitam a sua matéria serão absorvidos por ele ao longo dos anos, melhorando as suas aulas;
  • O professor deve planejar a sua própria carreira, assim evitará que sua vida torne-se enfadonha e acabe por prejudicar as suas aulas;
  • Gostar de alunos, oferecendo oportunidades até para os que são excêntricos e planejando as suas atividades, evitando dissipação de energia;
  • O professor deve saber mais, servindo como (1) ligação entre escola e o mundo e (2) ser capaz de construir pontes entre o mundo da juventude e o adulto;
  • Humor é uma qualidade importante para o professor.
O planejamento também é importante pois, nas palavras do professor Highet: "Se planejar o trabalho, desde o começo, terá suficiente discernimento e força de vontade para marcar as diversas fases de seu estado, registrando de forma clara os resultados que vá obtendo". Além do que já foi apontado, é importante que o professor também carregue consigo as seguintes capacidades para desempenhar com excelência a sua profissão: memória, forçade vontade e bondade.
O capítulo 2 é dedicado aos métodos do professor. Onde o ensino é organizado em três fases:
  1. Preparação do assunto;
  2. Comunicação do assunto ou das partes selecionadas aos alunos; e
  3. Verificação do que foi aprendido.
A preparação é feita em pequena escala, ou a breve termo, para ser melhor aproveitada pelos alunos. Quando preparada em larga escala, a chance de se obter sucesso é raríssima, principalmente, para professores universitários que costumam ter maior liberdade para selecionar o conteúdo e são menos fiscalizados. Ter consiciência dos fins que deve ser atingido é uma forma de garantir o bom ensino.
É uma deficiência viver improvisando, o acúmulo de conhecimento e a capacidade de ordenamento do que foi aprendido significa verdadeiro poder. Para isso, deve-se ter um plano. É obrigatório que a classe seja informada do plano, verificar se entenderam as fases do plano, e depois, logo que o trabalho se finalize, deve-se fazer uma revisão.

É necessário que se resuma o domínio que será tratado!

Como qualquer esforço intelectual intenso, o ensino perfeito, bem como, o estudo perfeito são exaustivos. Porém, o mestre não deve se tornar enfadonho ou maçantes. Apesar da preparação de um curso exigir força de vontade, e igualmente o seguimento das fases do plano, o mestre deve apetecer o seu ser ao ministrar as aulas. O curso deve ser modelado de acordo com:
  • Isto será útil para os alunos?
  • Isto está claro para eles, sem exemplos?
  • Esperará a classe que eu apresente estes conhecimentos?
Bons planejadores são conhecidos por sua forte sensibilidade estética!  Eles sabem que é a estrutura geral do curso que mais importa. Sabem evitar a monotonia do ensino, tida como um grande defeito. E por fim, a última palavra sobre a preparação de boas aulas: ter sempre as fonte originais. Karl Lehrs aconselhava: "Immer Quellen lesen, daraus ergibt sich alles von selbst".

A comunicação não pode falhar. Uma comunicação falha daquilo que foi preparado é falhar como professor. Logo, o ensino é completamente dependente da comunicação. Dentre os métodos de comunicação, enfatiza-se:
  1. Preleção - Contínua corrente de informação;
  2. Sistema tutorial - Professor pergunta e o aluno responde (feição construtiva. A partir das perguntas, o aluno deve tomar consciência de sua própria ignorância; e
  3. Repetição - Os alunos aprendem uma lição preliminar. Logo ela é ampliada e mais claramente explicada pelo professor que logo indaga os alunos para verificar se entenderam tudo.
Os três métodos são bons e um ensino de boa qualidade deve execitar os alunos nos três.

A exposição oral, preleção: depende da voz e dos gestos. É impossível fazer um discurso sem prepará-lo. Ao planejar a preleção, deve-se destacar: a) os pontos fundamentais; e b) Os argumentos de ligação. Uma exposição deve basear-se em notas escritas e nunca deve consistir na leitura delas. O melhor meio de formar uma aula é sublinhar-lhe as parte com a voz. Nomes difíceis ou fórmulas devem ser escritos no quadro para que possam ser anotados. O quadro é a "tabula rasa" da inteligência dos novatos, ele deve possuir os pontos mais relevantes da aula. O principal perigo do ensino via preleção é  tornar os alunos completamente passivos.

O sistema tutorial é um método crítico e de propósito positivo. Sócatres tinha uma crença, as ideias deveriam ser extraídas das mentes. O ensino tutorial é feito a partir de conversação. Objetiva levar cada aluno a compreender que a verdade estava no seu próprio poder investigativo, dado que procurasse firmemente e arduamente, recusando argumento de autoridade; e analisando cada solução mediante a razão, tão somente. É a melhor espécie de educação que os alunos podem receber. As fraquezas são conhecidas e diminuídas até a correção, enquanto que as forças são exploradas e desenvolvidas. O perigo está na personalidade do tutor: um tutor com personalidade forte pode sobrepor a do discípulo.
O aluno aprende por efeito de três diferentes atividades e que não se dão separadamente:
  1. Criação: fazendo o seu trabalho sozinhos;
  2. Crítica: observando os erros cometidos, mas defendendo os prontos que julga certos; e
  3. Apreciação do conjunto: considerando o trabalho que completou e comparando com o texto original.
As lições devem estar bem relacionadas entre si. Uma variedade de lições é importante para manter o interesse dos alunos e estimular o desenvolvimente por vários aspectos. Pode-se resumir o sistema tutorial na máxima: "um simples branco, o mestre em uma ponta e o aluno na outra".

A repetição, arguição ou recitação: independente de como é chamado, o método tem como base o estudo de um compêndio, ou uma série de documentos, em que um domínio de conhecimento seja trabalhado. O professor fraciona o assunto, onde cada seção é estudada em casa, como preparo de uma aula. Na classe, o professor deverá:
  1. Explicar o que os alunos tenham tentado aprender por si; e
  2. Verificar se os alunos prepararam o conteúdo, menos importante que a primeira.
A verdadeira tarefa para a qual os professores são remunerados é ajudar os jovens a aprender!

O métodos mais simples de descobrir se os alunos estudaram uma lição e de estimulá-los no estudo de futuras lições é indagar alguns tópicos. Perguntas escritas com respostas escritas são "testes", "provas" ou "exames". Antigamente, quando as pessoas eram bem educadas, todas as provas de maior importância eram orais.

Testes Escritos (Século XIX)
Para verificar o trabalho de memorização é muito útil. Contudo, em nível que transcende à memorização, testes deste modelo decepcionam. Esses testes foram criados para assegurar um julgamento altamente imparcial pois usa critérios imutáveis.

É importante que o professor eleve o ensino a maior altura do que a simples memorização de elementos isolados para que os alunos alcancem o entendimento de um robusto e completo esquema de pensamento. A aptidão que os professores devem estimular nos alunos é o sentido de estrutura; o poder de abarcar todo um processo histórico, uma relação geográfica ou o sentido de um grande livro.

Professores e alunos são dinâmicos e por isso progridem ou pioram. Daí surge a necessidade de verificar o progresso dos alunos. É desejável que se mantenha uma pressão sobre a turma aplicando uma prova por semana, mantendo os alunos encorajados ao trabalhar sem pausa. O bom ensino expande e desenvolve o aluno constatemente.

Há duas razões para aplicar questões aos alunos:
  1. Verificar se cada aluno fez o que lhe cabia;
  2. Esclarecer as dificuldades que tenham encontrado durante o processo.
O professor deve mostrar aos alunos que a aprendizagem e o ensino são um esforço de cooperação entre mestre e discípulo. Assim, a maioria dos alunos se esforçará mais e outros, a minoria, fará menos. É importante que se atente a principal dificuldade ao abordar um problema em classe que é orientar e restingir a sua ideia central - levando a alguma espécia de conclusão.
A profunda compreensão do conteúdo está associada com a constante referência ao material já estudados pelos alunos. Pois assim, os alunos exercitam a organização dos pensamentos, logo aprendem pelo exemplo. Começam a imprimir em seus trabalhos os modelos lógicos similares que internalizaram. Transpondo o hiato entre a memorização e o pensamento criador.

Uma classe que é dirigida de tal modo tende a ser mais competitiva:
  1. Aqueles que estudam menos ficam abatidos quando falham em questões simples;
  2. Os aplicados, mas lentos, ficam mais ágeis quando estimulados;
  3. Os brilhantes, mas razos, sentem-se desafiados a produzir cada vez mais e melhor.
Observações gerais sobre a competição no ensino:
O espírito de competição não deve ser aniquilado. Na educação, o ímpeto competitivo de ser usado para fins construtivos. Pois fora do ambiente escolar, a competição estimula tanto as boas qualidades quanto às más, contudo, na escola a competição deve ser guiada com moderação e rigoroso senso de adequação. A competição deve ser usada de várias formas para revelar a energia do aluno. A competição não pode virar uma obesessão, antes deverá cessar, transformando-se em cooperação amistosa. O que pode se relevar um desafio.

A importância da tradição!
A importância da tradição da escola ou da universidade atua como uma poderosa força no caráter e no espírito de quem quer que delas se aproxime. A tradição afeiçoa-se como uma corrente criadora que nos conduz para a riqueza e a maturidade. Corrente que nos estimula as energias do espírito!

Como a tradição opera?
Só é possível responder essa difícil questão em termos amplos.
  1. Encorajamento: muitos jovens promissores são nervosos e pouco confiantes em si. Se vão para uma universidade onde já passaram homens famosos, notam que eles se desenvolveram o espírito e usarem de todas as suas energias, poderão realizar uma carreira de alta categoria. O que um homem faz, outro homem pode fazer - provérbio.
  2. Graduação de possibilidades: numa universidade de tradição, o aluno aprende quais são os guias e os condutores do mundo.
  3. Sentimento de ordem: os estudantes nos institutos tradicionais adquirem uma clara noção de que a vida humana depende de ordem.
  4. Responsabilidade: ajudar os seus semelhantes. Bem-estar social parece estar vinculado as pessoas que vêm de universidades tradicinais.
  5. Emulação.
Além da tradição e a competição, outro estímulo é o castigo, pois a dor ensina a não fazer errado. A mais útil espécie de castigo é a repetição correta do trabalho que foi mal feito. Esse castigo é proveitoso pois emula a vida. Já para o mal comportamento é muito mais útil retirar certaz concessões. É válido destacar que uma falha da aprendizagem nunca deve ser punida com castigo físico. Pois, ele gera e nutri o ódio.
Algumas vezes, somente depois de vivenciar uma fase de desordem, transtorno e más companhias é que os jovens reorganizam o espírito. Ter paciência e demonstrar que realmente quer ajudar, mesmo a jovens complicados e teimosos, pois assim, eles podem se comover e mudar.

Fixação das Impressões
Se o professor deixar os alunos com informações inadequadas, terá desempenhado muito mal o seu ofício. Os últimos três ou quatro dias são cruciais para tornar um curso proveitoso ou para desacreditá-lo. A deficiência do mau planejamento é o principal erro e também é responsável pela falta de tempo para rever e fixar as primeiras impressões. Um professor que organize mal o seu curso, e não defina onde quer chegar, nem diga aos alunos o que deles espera, falha principalmente porque não delimita o material de forma conveniente. Pois, os alunos se lembram dos mestres que faziam lembrar.

Grandes mestres e seus discípulos (Capítulo 3)

O ensino moderno é proviniente de duas linhagens:
  • Filósofos gregos (seguiam o movimento da razão)
  • Profetas hebreus (proferiam a voz de Deus)
Um grupo de pessoas em contato com Deus pode mudar o mundo, mas será preciso um trabalho hérculo da razão para manter a posição conquistada, e preparar as futuras gerações.

Fruto do sofismo: o pensamento é uma das mais valiosas e poderas forças da vida humana. Os sofistas diziam que tudo sabiam e tudo podiam explicar. Sócrates sabia que não sabia nada e se esforçava por investigar. Sofistas eram mestres de conferências.

Sócrates foi o primeiro tutor
As inovações de Sócrates se deram sobre a conversação como método de ensino; e se fizeram em uma única sociedade, da sua cidade de Atenas, não em excursões, passeios ou viagens como as inovações como as inovações dos sofistas. Sócatres sem limitar a propor questões ao invés de falar por falar. Sócrates apresentava as suas delicadas e pertinentes perguntas; e o seu opositor, não de modo forçado, mas pela refleção, era obrigado a se posicionar como o errado e emudecia.
Sabe-se que Sócrates foi um bom mestre, pois teve bons discípulos. O de maior destaque foi Platão, o fundador da Academia (uma universidade), a fim de ensinar e estudar os trabalhos iniciados por Sócrates. A originalidade do ensino socrático era que não sabia o que ensinava, mas sabia como ensinar. Sendo assim, um grande exemplo de poder de inferência.

Platão foi o fundador do sistema de exames
Era mais sistemático e mais rigoroso do que Sócrates. Não há nenhum meio de educar uma pessoa, para convertê-la e mudá-la, ou convencê-la completamente e de forma segura, senão pelo raciocínio calmo e frio. Argumentos racionalizados são as mais poderosas e estáveis energias que movem os homens.

Pesquisa e ensino de Aristóteles
Para Aristóteles, a pesquisa e o ensino representavam as duas faces de uma moeda. Ele organizou o ensino de uma forma acuradíssima. O ensino de Aristóteles é uma discussão em alto nível, processos de trabalhos consagrados e horizontes abertos. A combinação de processos da aula de exposição com os de debates em classe eram a forma como ele atuava, mas dava maior importância para a exposição. Estabalecia uma série de assuntos, que se conectavam para a visão completa de uma questão mais ampla. Ele falava seguidamente, analisando uma ideia após a outra, detalhando onde falhavam e o motivo; por fim, procurava um forma de solucionar a questão. Com isso, desejava demonstrar que o conhecimento é um constante processo de descoberta.

Jesus de Nazaré
Sermon On The Mount | Bryan Ahn

O mais famoso mestre do mundo ocidental foi Jesus de Nazaré. Jesus ensinou segundo a tradição dos profetas hebreus. Aos 12 anos de idade, discutia as distintas interpretações com os mais hábeis professores da lei e do ritual hebraico; e sentia que esse era o seu dever, mais importante do que estar casa com os seus, (Lc 2,42-45).
Jesus ensinava a seus discipulos e aos homens do povo. Escolheu discípulos simples, porque o seu ensino era voltado ao povo comum, e particularmente aos pobres e desencaminhados, tão abundantes. Jesus orava como um pensador original e não como um erudito de profissão. A tradição de pegar um trecho da bíblia e explicá-lo vem do ensino hebraico e chegou à Europa e à América pela propagação do Cristianismo.
Conhecemos a Sócrates, Platão e Aristóteles, principalmente pelos diálogos e notas de aulas. Pois bem: o robusto resultado do ensino de Jesus de Nazaré deve-se à preparação que fez de mestres capazes de difundir os seus ensinamentos e de preparar outros mestres com o mesmo objetivo de levar a palavra.
Métodos:
  • Discursos
  • Dizer um trecho simples e importante para então ficar em silêncio
  • Pontuar o ensino com atos
  • Estimular a propagação de ideias

O ensino na vida cotidiana (Capítulo 4)
Todos nós estamos sempre ensinando e aprendendo. O caráter disciplinador do ensino a ser fornecido pelos pais é de causar aborrecimento, mas sempre necessário. Para qualquer questionamento, uma resposta deve ser disponibilizada, ao menos para manter a criança interessada em aprender e companheira de seus pais. O melhor meio de governar os filhos é explicar-lhes as regras que desejamos que respeitem. Quando se diz como se deve fazer e o motivo de fazer, as pessoas pasam a trabalhar de modo mais produtivo.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Configurando OpenCV no Eclipse (Eclipse-CDT) - Xubuntu 13.10


Tentei achar um tutorial para configurar o OpenCV no Eclipse com o plugin CDT (C/C++ Development Tooling) para o Xubuntu 13.10, mas não consegui seguir os exemplos de configurações que encontrei, devido um retorno diferente de uma linha de comando. Fiz este post para registrar a sequência de passos que usei para configurar o meu ambiente de desenvolvimento, caso precise configurar novamente e também se alguém precisar utilizá-lo.
Estou considerando que você, assim como eu, seguiu a instalação padrão e não alterou nenhum diretório da biblioteca OpenCV. Instalei a biblioteca OpenCV e o plugin eclipse-cdt via apt-get, respectivamente: 

apt-get install libopencv-dev
apt-get install eclipse-cdt

Note que o eclipse-cdt é plugin! O IDE eclipse já estava instalada na minha máquina. Agora abra o seu eclipse e crie um projeto em: 

File -> Nem -> C++ Project 

Defina um nome para o projeto e avance até finalizar. Agora veja as propriedades do projeto (ALT + Enter), clique em “C/C++ Building” e depois em “Setting”. Agora procure pela aba “Tool settings” e nesta procure por “Cross G++ Compiler”, clique em “Includes” e em “Include paths (-I)” adicione o diretório: “-I/usr/include/opencv” (Você pode encontrar esse diretório buscando pelo terminal com a seguinte linha de comando: “pkg-config --cflags opencv”). Detalhes na imagem a seguir:

Configuração do Cross G++ Compiler para a biblioteca OpenCV
Retorne à aba“Tool settings”, desta vez procure por “Cross G++ Libraries” e em “Library search path (-L)” adicione o seguinte diretório: “/usr/lib” (Tentei executar a seguinte linha de comando que vi em vários tutoriais: “pkg-config --libs opencv”, mas só retornou os links simbólicos nesta versão do Xubuntu 13.10. Então procurei no diretório padrão e vi que os arquivos .so estão em “/usr/lib”). Agora, em “Libraries (-l)” adicione todas as libs: “opencv_calib3d” “opencv_contrib” “opencv_core” “opencv_features2d” “opencv_flann” “opencv_gpu” “opencv_highgui” “opencv_imgproc” “opencv_legacy” “opencv_ml” “opencv_objdetect” “opencv_ocl” “opencv_photo” “opencv_stitching” “opencv_superres” “opencv_ts” “opencv_video” “opencv_videostab”. Detalhes da configuração na imagem seguir:
Configuração do Cross G++ Linker para a biblioteca OpenCV
Testando o ambiente com um código do Laboratório do Projeto SHIVA. Aplicação do filtro gaussiano com máscara 7x7, detalhes a seguir:
OpenCV rodando!
Espero que este post possa ajudar alguém, qualquer dúvida pode deixar uma mensagem que lerei e, quando possível, responderei!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Algoritmos Genéticos

Figura 1: Evolução (Fonte: bestbarcelona.org)
Os algoritmos genéticos (AG) são uma classe particular da grande área dos algoritmos evolutivos. Essas técnicas são embasadas na Teoria da Evolução das Espécies, evolucionismo, e na Genética. As principais técnicas inspiradas na biologia evolutiva são: hereditariedade, mutação, seleção natural e recombinação. Essa heurística de busca se vale de comportamentos observados na natureza para solucionar problemas reais de otimização e busca.
     Os algoritmos genéticos são técnicas de otimização que através de busca guiada encontram soluções ótimas, ou aproximadas, para os problemas aos quais são apresentados. A estocasticidade dessa técnica está por conta dos métodos de seleção para recombinação e mutação dos indivíduos, contudo, a busca é dita guiada, pois as soluções geradas partem de soluções existentes na população.
     Os AGs são algoritmos populacionais, significa que suas várias soluções candidatas são avaliadas a cada geração e de forma implícita fornece paralelismo à técnica. Basicamente, os principais aspectos que diferem os AGs das técnicas tradicionais de otimização são os seguintes:
  • Tomam como base uma codificação do conjunto das possíveis soluções (não consideram os parâmetros da otimização em si);
  • Os resultados obtidos são apresentados em forma de uma população de soluções candidatas (e não como uma solução única);
  • Não necessitam de nenhum conhecimento do problema, apenas de uma forma de avaliar a adaptabilidade das soluções candidatas;
  • Usam métodos, recombinação e mutação, probabilísticos e não regras deterministas.
     Encontram-se aplicações de AG em diversas áreas do conhecimento, entre elas: Bioinformática, Filogenia, Ciência da Computação, Engenharia, Economia, Química, Matemática, Física, Mineração de Dados, Big Data e outros campos. Caso queira saber mais sobre AG: Algoritmos Genéticos - 3ª Edição e Computação Natural – Uma Jornada Ilustrada.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Configurando Internet 3G no LG Optimus ME P350


Comprei um LG Optimus ME P350 que vem com a versão Froyo 2.2 (Android) em uma revendedora da Vivo, como o sinal da Vivo é uma tristeza, nem perdi tempo e comecei logo a usar o chip da Tim. Porém, não foi fácil achar uma maneira de configurar o acesso ao 3G que funcionasse. Então, vou deixar aqui a maneira que funcionou para mim. Vamos lá! No menu principal, escolha a opção Configurações, depois procure por Configurações de Redes e por fim, Redes Móveis. Agora basta procurar por Ponto de Acesso, agora vamos criar um Novo APN e configura somente as opções a seguir:

Nome: TIM Connection (Esse nome pode ser o que tu quiseres)
APN: tim.br
Nome do usuário: tim
Senha: tim
MCC: 724
MNC: 03

Uma visão panorâmica desse tutorial seria mais ou menos assim:



  • Configurações
    • Configurações de Rede
      • Redes Móveis
        • Ponto de Acesso
          • Novo APN

Configuração do nono APN:
Nome: TIM Connection
APN: tim.br
Nome do Usuário: tim
Senha: tim
MCC: 724
MNC: 03



OBS: MCC e MNC provavelmente estarão com os valores que coloquei, caso não estejam, edite para os valores informados.

Testei a conexão 3G com o vídeo a seguir:



Abraços

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Alta Mira - Belo Monte

Alguns dias atrás, vi uma equipe do Studio Kobra grafitando essa arte na rua da Consolação. Comentei com meus amigos que esse índio da imagem ao lado, lembrava minha avó (Sacanagem, minha vó é muito mais gata). Então, resolvi postar essa homenagem para a minha vó, saudades da maniçoba dela, e ao mesmo tempo divulgar essa arte/protesto que encontrei na minha vida de mestrando.
Se tu não sabes o problema que a usina de Belo Monte causará para os povos indígenas e a população local. Dê uma "googada", fique por dentro e reflita.








Por hoje é só, pessoal.